sábado, 26 de novembro de 2016

Gastronomia Alentejana



            Gastronomia Alentejana,    em Campo Maior
           
           
Grão com toucinho e farinheira, receita tradicional do período de 1910-1940.
Põe-se o grão de molho com sal no dia antes de ser feito. Depois esfregam-se os grãos e põem-se numa panela de barro ao lume, deita-se um bocado de toucinho com sal, uma farinheira e uma cacholeira.
            Coloca-se tudo a cozer e quando estiver cozido deitam-se as batatas migadas. Quando estiver pronto deita-se um pouco de hortelã para dar gosto. Bom apetite!
          



Migas, receita tradicional do período de 1940-1980.
            Põe-se o azeite a aquecer, frita-se alhos e entrecosto. Põem-se as migas numa tijela já migadas com sal e água.
            Quando acaba de fritar o entrecosto, adiciona-se ao azeite as sopas de pão já demolhadas e vai-se picando tudo com uma colher de pau. Depois de estarem picadas, faz-se em bola e vai-se dando a volta para tostarem. Bom apetite !









Arroz com bacalhau, receita tradicional do período de 1980 até ao presente.
            Põe-se o azeite ao lume. Frita-se cebola e dois ou três dentes de alho e um raminho de salsa e de louro, pimentão de flor e um bocado de bacalhau. Coloca-se tudo a refogar e quando estiver refogado, deita-se a água e sal.  Põe-se uma panela com água e depois de estar a ferver deita-se os ingredientes da frigideira, deixa-se dez minutos a cozer, tira-se e destapa-se um pouco.
Bom apetite!








           
História da Gastronomia em Campo Maior no século XX:

1910 a 1940
A base da comida nesse tempo eram as sopas de feijão com cove, mogango (abóbora) e batata, e ainda carne de porco e enchidos.
Aos domingos e dias de feira comia-se migas com toucinho frito.
Refeições diárias
            9H---almoço, sopas de cebola, de feijão ou açorda.
            12H---jantar, grão ou feijão.
            17H ---merenda, pão, queijo e azeitonas.
            20H --- ceia, açorda no Inverno e gaspacho no Verão.
Pratos tradicionais
            -ensopado de borrego
            -açorda
            -gaspacho


1940 a 1980
Depois da 2ªguerra mundial, houve muita fome; tal como a previsão de Oliveira Salazar “de que conseguia livrar-nos da guerra mas não da fome que esta traria”.
Continuava-se a comer normalmente as sopas de grão e de feijão com os enchidos.
Domingos e dias de festa comia-se migas com toucinho e chouriço, galinha do campo e arroz de bacalhau com pouco gosto.
Os ricos comiam mais, a sopa e a sobremesa.
            Refeições diárias
            8H --- bebia-se o café com um pouco de pão.
            12H --- almoço, umas sopas ou um bocado de pão com queijo a trabalhar.
            17H --- lanche, um pouco de pão com açúcar.
            20H --- jantar, sopasr4e3de batata ou cebola e açorda com uma sardinha para dois.
            Pratos tradicionais
            Ensopado de borrego
            Migas sem carne

1980 até a actualidade
Actualmente temos muitos pratos e mais fartos.
            Refeições diárias
            9H --- pequeno-almoço, café com leite e pão com fiambre ou queijo, e ou bolos
            13H --- almoço, sopa, 2ºprato de carne ou peixe e sobremesa de fruta ou doce
            17,30H --- lanche, semelhante ao pequeno-almoço.
            20H --- jantar, semelhante ao almoço.
            Pratos tradicionais
            Migas com entrecosto
            Ensopado de borrego
            Doces
            Arroz doce
            Sopa sem pão

           





Curiosidade:
Quadro com os nomes das refeições e horário, dos vizinhos, na Galiza e Espanha
Horário diário

Galiza

Espanha
8H

Almorzo

Desayuno
11H

Café

Almuerzo
14:30H

Xantar

Comida
18H

Merenda

Merienda
21:30H

Cea

Cena

           
Fontes:
-Biblioteca Municipal João do Bráz de Campo Maior;Ocupação de Tempos  Livres de jovens,  em 1997/8.
            -Mariana Peralta, antiga cozinheira da Escola Secundária.
            -Jennifer Fraga Morais, da Galiza.
           

                                                                                                                     

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Culinária tradicional em Cabeça das Mós



Culinária tradicional em Cabeça das Mós, Sardoal - alto Ribatejo

Mós Férias, trabalho realizado com jovens nas Actividades de Tempos Livres de verão em ~2000, na CMCM (Comissão de Melhoramentos da Cabeça das Mós) . Promovido e apoiado por:
Tereza Cascalheira e a professora Terezinha Marques Esperto

            Pratos mais típicos
            1-Couves com feijão
            2-Cozinha fervida
           3-Borrego guisado
           4-Sardinhas em molho de escabeche


         







 

 

Fonte: 
   Gentileza da Tereza Cascalheira



                                                                                        
     

domingo, 13 de novembro de 2016

Estacionar o BURRO em Abrantes



Estacionar o BURRO, Abrantes anos 1940 e 1950

Argola para prender a corda do animal, comum nos palácios, é mais simples nos palheiros

Havia em Abrantes, um palheiro próprio, preparado com palha e argolas de ferro para segurar o burro, onde este descansava e comia, enquanto os donos iam tratar dos assuntos que ali os tinha levado ( à cidade).

                                                Maria Torrada na sua taberna da Barca do Pego aos 80anos

Assim aconteceu com a Maria Torrada nos anos 1950, da Barca do Pego, foi à C.M.Abrantes e estacionou o burro num destes palheiros, como não estava ninguém deixou lá os $50 centavos (5 tostões) para estacionar o burro, em cima da pedra da parede onde ficou o burro.  É verdade era assim, embora fosse dentro dum palheiro com porta aberta, havia confiança entre as pessoas!

Confiança coisa que hoje é uma raridade e estou-me a lembrar da propaganda agressiva de vendedores que andam na rua para mudança de comercializador de energia. Aconteceu com a minha mãe de 85anos; um jovem pediu-lhe a fatura da luz (EDP) para confirmar os dados, preencheu uns papéis amarelos e deixou a cópia à minha mãe em cima da mesa da sala e sem assinar, que também não sabe. Por sorte passei lá no dia seguinte e ao ver um papel amarelo da Endesa(uma eléctrica espanhola) percebi que tinham-lhe feito um contrato de luz para a Endesa. Como temos 14 dias para renunciar um contrato, fui de seguida à loja do cidadão e tive que me identificar e a custo anular o contrato com o preenchimento duma folha para o efeito.  De seguida, fui à loja da Endesa, para não poderem dizer que o correio se estraviou; consegui! Mas é triste! São burlões oficiais em nome duma empresa com estratégias tipo “conto do vigário”!
                                                 Joaquina de Jesus aos 86anos, Carnide, Lisboa

            Agora mais do que nunca “olho vivo e pé ligeiro” como eu ouvia em pequeno ao meu pai.