A
pessoa existe enquanto houver memória dela
António Dias Alves foi avô emprestado de António Martins,
era vizinho deste no mesmo prédio em Lisboa, na R. dos Mastros nº10-3ºE, no
Conde Barão.
António
Dias nasceu em 1903 na C.Mós, Sardoal..........avô emprestado
António
Martins nasceu em 1955 em Lisboa.......neto
O António Martins,
é actualmente comerciante de peças de arte e decoração antigas, em Arroios, Lisboa.
Recorda com muito carinho e saudade este avô, que segundo ele lhe
deu o gosto pela cultura e pela arte. Sempre que saía, levava-o,
pedindo aos pais do Martins. Visitavam de tudo e conversava muito com o
Martins.
Restaurante Quinta de S.Vicente 1961, mãe e o filho António
Martins mais os avós Olinda de Jesus/António Dias Alves.
O António Dias Alves nascido na Cabeça das Mós em 1903 , onde fez a 4ªclasse. Cedo saíu da aldeia:1º
para trabalhar em Alferrarede,2º Mora e depois foi para Lisboa.Entrou para o
Estado; foi trabalhar para a Comissão
Reguladora do Comércio e mais tarde no Grémio do Bacalhau( organização que
controlava a pesca do bacalhau).Actual instalação da Fundação Oriente em
Alcântara, Lisboa.
Casou mas não teve filhos; talvez por esse facto, tenha apoiado o
crescimento do jovem António Martins de quem era vizinho.
Relatos deste avô que
António Martins, recorda com muito carinho e saudade!
1-Ensinamentos
-Nos estudos: exame da 4ªclasse, recordava sempre ao Martins para ter cuidado
com as rasteiras. Citando como exemplo; a rasteira que lhe fizeram no exame da
4ª:
A professora afirmou “na sua terra passa uma ribeira em
Abrantes, como se chama?”
-“não
é ribeira´é o rio Tejo” respondeu o avô Alves
-falava dos países, das bandeiras
-falava de tudo menos futebol e de jogo de cartas
2-Locais mais visitados, nos dias de folga do avô Alves
-Cacilhas, a travessia de barco no rio Tejo e depois o
almoço no Gingal e à noite jantar com os pais.
- Viagem de eléctrico do Cais do Sodré até à Cruz Quebrada.
Durante o percurso falavam dos locais de passagem e também das capitais do
mundo e dos seus regimes. Ensinava as bandeiras dos países e explicou o regime
Inglês bipartidário, onde governavam ora republicanos ora democráticos.
-Quinta de S.Vicente, almoços
-Passeios semanais na beira Tejo
-Feira das Mercês
-Feira da Luz
-Férias em Cascais, em casa da sobrinha da avó adoptiva, o
marido era o comandante da guarda em meados dos anos 60.
-Férias na Sertã, terra da avó adoptiva Olinda, na aldeia Carnapete.
1960-Férias na Sertã, António Martins com 6 anos
E sempre os almoços na casa do avô adoptivo no dia do
passeio.
O Martins já não tinha avós, o pai era electricista na
Marinha e mãe trabalhava em casa de senhoras, a servir.A mãe aprendeu a arte de
fazer certos pratos com a avó Olinda.
A DªOlinda tinha trabalhado em casa do Dr Bissaya Barreto em
Lisboa e na casa do
Dr. Cancela de Abreu, e por isso sabia muito de cozinha e
excelentes pratos.
O Martins saíu do Conde Barão cerca de 1970 e o avô e
vizinho faleceu em 1972. Tendo ficado no cemitério do Alto S.João em Lisboa.
Em resumo, este avô
emprestado António Dias Alves, ficou “gravado a letras de ouro”
na memória do Martins, agora com 63anos ainda recorda com
muito carinho!
Da familia deste “avô”, há familiares a viver na sua terra
de origem, Cabeça das Mós.
Dª Prazeres é esposa
do João do café,
Cabeça das Mós, Sardoal.
Fontes:
António
Martins, Lisboa
José Lopes
João Santos
Teresa
Cascalheira