Poeta Repentista António Felizardo 8
Marianita se és baixinha
Roja a saia pela lama
Tenho-te dito mil vezes
Levanta a saia mariana
Levanta a saia Mariana
Levanta a saia Santinha
Tenho-te dito mil vezes
Marianita já és minha
Marianita já és minha
Já te não dou a ninguém
Emprestada também não
Que isto não parece bem
Não quero que vás à monda
Não quero que vás mondar
Só quero que me acompanhes
No dia que me casar
No dia em que me casar
Hás-de ser minha madrinha
Não quero que vás à monda
Nem à ribeira sózinha
Quando era pequenino
Acabado de nascer
Ainda mal abria os olhos
Já chorava para te ver
Se queres que eu seja teu
Manda ladrilhar o mar
Depois do mar ladrilhado
Serei teu se calhar
O comboio da Beira Baixa
Tem 24 janelas
Mais acima, mais abaixo
Meu amor vai numa delas
Algum dia eu era
E agora já não
Da tua roseira
O melhor botão
Ó meu amor quem te disse
Que eu dormindo suspirava
Quem te disse não mentiu
Que eu alguns suspiros dava
Os alegres passarinhos
Já têm novo cantar
Aprenderam só de ouvir
Sem ninguém os ensinar