domingo, 12 de fevereiro de 2023

Poeta António Felizardo 8

 

            Poeta Repentista António Felizardo 8


Marianita se és baixinha

Roja a saia pela lama

Tenho-te dito mil vezes

Levanta a saia mariana

 

Levanta a saia Mariana

Levanta a saia Santinha

Tenho-te dito mil vezes

Marianita já és minha

 

Marianita já és minha

Já te não dou a ninguém

Emprestada também não

Que isto não parece bem

 

Não quero que vás à monda

Não quero que vás mondar

Só quero que me acompanhes

No dia que me casar

 

No dia em que me casar

Hás-de ser minha madrinha

Não quero que vás à monda

Nem à ribeira sózinha

 

Quando era pequenino

Acabado de nascer

Ainda mal abria os olhos

Já chorava para te ver

 

Se queres que eu seja teu

Manda ladrilhar o mar

Depois do mar ladrilhado

Serei teu se calhar

 

O comboio da Beira Baixa

Tem 24 janelas

Mais acima, mais abaixo

Meu amor vai numa delas

 

Algum dia eu era

E agora já não

Da tua roseira

O melhor botão

 

Ó meu amor quem te disse

Que eu dormindo suspirava

Quem te disse não mentiu

Que eu alguns suspiros dava

 

Os alegres passarinhos

Já têm novo cantar

Aprenderam só de ouvir

Sem ninguém os ensinar