quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Poeta Alentejano de Odemira 3



           


Não me atires com pedrinhas
Que estou a lavar a loiça
Atira-me com beijinhos
Em modos que ninguém oiça

Muito gosto de atirar
Com alguito
Ao teu pião
Apanhá-lo a rodar
Nas palmas da tua mão

Eu hei-de casar
Com uma velha
Para me fartar de rir
Fazer a cama bem alta
Para a velha não subir



A guerra dos ratos e gatos
1
No monte do rasmenal
Há regimento de ratos
Já se andam exercitando
Para fazer guerra aos gatos
            2
Cada um tem uma espingarda
De canaveilha de centeio
Atiram de metro e meio
Com baguinhos de mostarda
            3
Já têm boné e farda
Cinturão e burnal
Têm uma certesa tal
De atirar com arma mocha
Já mataram 3 carochas
No monte do rasmenal
            4
O almocreve não sabia
Que tinha em casa estes
Sujeitos
Os serviços eram feitos
De noite quando ele dormia
            5
Um dia de madrugada
Era tamanho o espalhafato
Caiam panelas e pratos
O chão da casa tremia
Eram eles com a artelharia
A fazerem guerra aos gatos

           António Felizardo

                                                                                 
 



                      

sábado, 17 de dezembro de 2016

Fado de Coimbra



            Fado de Coimbra

 
O Fado, balada e serenatas de Coimbra
Cantado por homens com as batinas académicas pretas e calça, cobertos com capas de lã  preta. Acompanhado pela guitarra e viola de Coimbra, que têm as cordas afinadas um tom abaixo das de Lisboa.
Cantado típicamente no exterior , na Sé Velha, escadas da Igreja de SªCruz e serenatas por baixo da janela da dama que se quer conquistar.

Os Fados mais conhecidos
Do Choupal à Lapa...em Saudades de Coimbra
Coimbra tem mais encanto, na hora da despedida...em Balada da Despedida, 1958
O meu menino é d`oiro...fado Hilário e com Zeca Afonso
Samaritana...
 

Fadistas famosos
Augusto Hilário, que em 1895 veio a Lisboa ao S.Carlos cantar fado, onde estava o rei D.Carlos I.
António Menano, 1927
Edmundo de Bettencourt
 
Um pouco de história
Pode-se dizer que O Fado-Canção de Coimbra, nasceu e definiu-se resultante de diversificadas influências musicais formando um folclore urbano gerado pelas diversas experiências culturais dos seus intérpretes e cultores de todo o país e mesmo do estrangeiro.
Sendo um género eminentemente ligado á vida académico-estudantil, o Fado de Coimbra têm na sua constituição semântica e musical os alicerces do seu prestígio e reconhecimento mundial. Interpretado apenas por vozes masculinas, o Fado de Coimbra é uma canção terna, saudosista no seu conteúdo mas jovem no seu vigor e inovação. Seja Trova, Balada, Elegia, Romagem ou Serenata, o Fado de Coimbra continua a deixar as suas marcas em muitos eventos culturais, académicos ou não, que se vão desenvolvendo na Lusa-Atenas, no resto do país e no mundo.

Republica da Saudade, restaurante com fado de, à capella, Quinteto de Coimbra

Balada da despedida

 
Fontes:
            Gentileza e autorização de Nuno Silva, voz da Republica da saudade.
            Resturante Republica da Saudade.