quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Poeta Alentejano de Odemira 3



           


Não me atires com pedrinhas
Que estou a lavar a loiça
Atira-me com beijinhos
Em modos que ninguém oiça

Muito gosto de atirar
Com alguito
Ao teu pião
Apanhá-lo a rodar
Nas palmas da tua mão

Eu hei-de casar
Com uma velha
Para me fartar de rir
Fazer a cama bem alta
Para a velha não subir



A guerra dos ratos e gatos
1
No monte do rasmenal
Há regimento de ratos
Já se andam exercitando
Para fazer guerra aos gatos
            2
Cada um tem uma espingarda
De canaveilha de centeio
Atiram de metro e meio
Com baguinhos de mostarda
            3
Já têm boné e farda
Cinturão e burnal
Têm uma certesa tal
De atirar com arma mocha
Já mataram 3 carochas
No monte do rasmenal
            4
O almocreve não sabia
Que tinha em casa estes
Sujeitos
Os serviços eram feitos
De noite quando ele dormia
            5
Um dia de madrugada
Era tamanho o espalhafato
Caiam panelas e pratos
O chão da casa tremia
Eram eles com a artelharia
A fazerem guerra aos gatos

           António Felizardo

                                                                                 
 



                      

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