domingo, 7 de agosto de 2022

Poeta António Felizardo 7

 

                                            Poeta repentista de Odemira, António Felizardo 7

              


      
 

És uma rosa encarnada

Lá no meio das mais mulheres

Vou-te falar em namoro

Diz-me lá se acaso queres

 

A rosa é uma linda flor,

Que antes de ser

Rosa foi botão.

Se te apaixonares um dia

Lembra-te do meu coração

 

Menina sem aliança

Vá na rusga prevenida

Que às vezes um par de dança

Não é para toda à vida

 

Dá-me uma pinguinha de água

Quero molhar a garganta

Quero cantar como a rola

Como a rola ninguém canta

 

Dá-me uma pinguinha de água

Dessa que eu oiço correr

Entre silvas e  montrastes

Alguma pinga há-de haver

Resposta:       

Anda cá se queres água

Os meus olhos te darão

É pouca mas é clara

Nascida do coração

 

 Está uma roda parada

À espera de haver quem cante

Pois agora canto eu

Siga a roda vá avante

 

Camioneta de carreira

Espera aí que eu também vou

Levo as cartinhas de amor

Só a minha cá ficou

 

Cada vez que eu vejo vir

Carros à meia ladeira

Lembra-me as moças da Cuba

Pouca parra muita uva

E o vinho da Vidigueira

 

O grilo canta no campo

O passarinho na gaiola

E eu  no entanto

Tento ganhar a camisola

 

O rouxinol fez o ninho

À beira do meu telhado

P´ra aprender coitadinho

Commigo a cantar o fado

 

A folha do salgueiro

É primeira novidade

Tudo requer o que é seu

Tudo requer a idade

 

Há ondas meu bem, há ondas

Há ondas sem ser no mar

Há ondas no teu cabelo

Há ondas no teu olhar

 

03/08/2022

                    


 

                       

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