Manuel Correia Falcão, n1934 na C.Mós
Mecânico
de material aéreo, nos anos iníciais da Força Aérea Portuguesa
Fez a inspecção para a tropa em 1954, como qualquer jovem
daquela época; no fim desta, o Sargento
perguntou, se alguém queria ingressar na Força Aérea podia meter os papéis para
mecânico, e insistiu precisando:
“ quem estivesse
interessado em ir para mecânico de material aéreo, só precisava que já tivesse trabalhado em
serralharia ou com ferreiros “
O Manuel Falcão, tomou a decisão de SIM ! O pai era Ferreiro na C.Mós, Sardoal e
ele trabalhava com ele. Por isso já tinha alguma prática.
Esta foi uma aposta de vida sem medo do desconhecido e
pronto para aprender; sempre com muita formação e uma abertura para um mundo
para além da aldeia de Cabeça das Mós.
Em 1954 foi colocado na BA1-Sintra e em 1955(Base criada em
1939) fez o Curso de mecânico de material de avião durante 1 ano (curso de
avião). Era um avião Inglês o “Chipmunq”, foi o 1ºavião de treino dos pilotos
em 1952, um mono-motor de cilindros invertidos. O chipmunk ainda voa em 2018 na Força Aérea.
No fim de 1955 foi colocado na BA3 em Tancos, a trabalhar
como mecânico de material de avião até 1965. Em 1956 mudaram o nome para mecânico
de material aéreo.
Em Tancos trabalhou no Junker de origem Alemã, trimotor de
alcunha “canguru” por ser parecido com o mesmo. Avião de transporte de carga e
lançamento de pára-quedistas, onde Hitler terá voado.
1965-foi para a Guiné na 1ªcomissão, BA12-Bissalanca onde
ficou até 1967.
Trabalhou no Dornier DO-27 com motor Americano de 6 cilindros
horizontais e a estrutura (carcaça) era Alemã, era um avião de transporte de
carga e pessoal entre os quartéis.
Também fazia manutenção de aviões Cub. Este era um avião de
treino pequeno, com 4 cilindros e hélice fixa.
Avião DO-27
1967-foi para Monte Real 1 ano, base criada para aviões de
jacto. Trabalhou em aviões T33-F86-F16 Americanos e jactos Fiat.
Aviões a jacto, em cima T33, ao meioF86 e em baixo F-16
De 1968 a 1984 voltou
a trabalhar na base de Tancos.
Nestas datas ainda fez uma 2ªcomissão na Guiné de 1971-1973 com aviões Noratlas, era
um avião trânsatlantico que levantava 21toneladas, peso da carga e do avião.
Em 1973 fez parte da equipa que foi buscar a Espanha,
Sevilha 20 aviões Aviocar, tipo casa 212, o motor era feito em Fénix nos EUA.
Em Sevilha era feita a montagem e pós-venda.
Avião turbo-hélice, para lançamento de 22 para-quedistas com
os seus equipamentos. Também era usado no transporte de feridos. Estes aviões
já não foram para as ex-colónias. Em Tancos foram vistos os problemas e partiram-se
2 aviões nas aterragens,
1º na
aproximação à pista de Alverca.
2º na
aproximação à pista do Pico nos Açores.
O erro foi igual, na aproximação não por falta de
visibilidade mas por instrumentos que se partiram nos 2 aviões.
Quando passou à RESERVA /Reforma era Sargento Ajudante. Faz
agora com gosto o que aprendeu em criança; agricultura, onde destaco o vinho( como uma boa pinga que já provei)
e o mel, pois ainda resiste como
apicultor; o que é difícil devido às actuais doenças nas abelhas e a abelha
asiática que já apareceu no concelho de Sardoal, devorando e atacando as nossas
abelhas.
Fontes:
-Manuel Correia Falcão, “Nélito” o próprio com 84anos.
-José Pimenta Lopes, vizinho e amigo da C.Mós.
-José Pereira, estava em Alverca nas OGMA em 1972/3, aquando
da Guiné e os Aviocar. Estive na área de Electrónica de Terra onde se
reparavam os equipamentos de telecomunicações dos teatros de guerra das
colónias portuguesas e dávamos apoio às manobras da Nato.
-Júlio Santos, n1940 na Venda Nova, foi também mecânico de
material aéreo, esteve
com o Manuel Falcão na Guiné, era especializado em aviões a
jacto.
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