terça-feira, 28 de julho de 2020

QUINTA SILVA FARINHA-1933 de Carnide


            Quinta Silva Farinha, 1933/data assinalada no portão do pátio.

            De noite a frente do prédio é iluminada e reflete uma imagem bonita para as minhas traseiras da R.Parreiras que dão para a Qª do Pinheiro.


 Quinta contigua ao Jardim Primavera, com frente para a Azinhaga das Freiras e paralela à Quinta da Marquesa de Fora.
Foi fundada por João Silva Farinha, casado com Carolina e não tiveram filhos.
Desenvolveu a quinta com árvores de fruto e horta mais animais domésticos, donde tirava o sustento vendendo fruta e hortaliças à porta e também no mercado do Campo Grande.

Água, que é uma das riquezas, em Carnide era abundante, e o Farinha fez um bom poço com dua minas ainda compridas onde cabe um homem em pé. A água era elevada com uma nora e canalizada para um tanque.
Já pelos anos 1940, nas duas vigas de ferro em I da Nora instalou numa ponta um sistema com corrente para elevar água(tipo alcatruz) e na outra ponta um motor eléctrico trifásico que fazia rodar a roda de ferro onde girava a corrente desde o fundo do poço.
Embora a corrente que elevava a água desse um bom caudal, a corrente partia-se muito. Optaram ainda nos anos 50 por instalar um motor eléctrico com uma bom caudal.  



                                                                        
O Farinha fez um prédio de 2 pisos com E e D por piso, na frente que dá para a azinhaga das Freiras, viveu no r/c direito. À posterior criou um pátio com várias casas e mais 2 casas com E e D de frente para a azinhaga das Freiras, ao tempo com caniços pela frente.
Tinha também uma courela(terreno agricola) na zona que é hoje o Bairro Padre Cruz.


Era a Quinta que vendia fruta, hortaliça e animais domésticos como galinhas, ovos e coelhos para as pessoas de Carnide, à porta.
Tinha uma carroça que levava hortaliça para o mercado do Campo Grande que existiu na rua das forças armadas a Entrecampos. A carroça era conduzida pelo Manuel da “Nora” e que ainda no fim dos anos 40 ficou como caseiro da quinta.

Por volta de 1960 ficou como caseiro da quinta o Domingos Freitas que veio de Guimarães no Minho, e manteve a exploração agricola até fins dos anos 1970.
Actualmente, ainda mora o filho mais novo do Domingos, o Joaquim numa casa e a filha mais velha a Fátima e o marido Mesquita fazem uma pequena horta com as técnicas do minho ou seja em altura, nas fotos seguintes vê-se a qualidade das hortaliças e estas sim são biológicas de verdade, só com água e estrume de compostagem de folhas do arvoredo da quinta.

 
Com o óbito do Farinha no princípio dos anos 50, a viúva ainda veio a casar com um indíviduo alto e que tinha uma filha chamada Ludovina também alta, que mais tarde ficou com a quinta.
À posterior a Cooperativa Garicooper comprou a quinta e as casas.


 Fontes/notas:
-Palmira, enfermeira; comprava lá com a avó, coelhos, galinhas e fruta.
-Mesquita, genro do Dmingues Freitas, que faz a horta ainda hoje, com a mulher Fátima.
-Maria das Dores ia comprar com a tia Maria Dores Pires da R.Parreiras 16, nos anos 40 e 50, ao Farinha coelhos, galinhas, fruta e hortaliça.
-Eulália, moradora no pátio da Quinta à ~60anos.
-Rogério, ia lá em jovem com o pai Eugénio Vicente reparar a torneira do tanque e a corrente de elevar água. Este tanque tinha na saída com uma torneira especial, que controlava a pressão de água; peça em ferro forjado com uma sola e depois um parafuso de ajuste de pressão.
O Eugénio Vicente fazia a manutenção da corrente e arranjou uma forma mais eficiente de ligar os elos.
            -O sistema de corrente para elevar água, veio de Alcanena; onde foi inventado.
 
                                                                                                         
  

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