Poeta repentista e
brejeiro, focado na adolescência do seu Alentejo.
António Felizardo, n30/3/1942 em S.João de Negrilhos,
Aljustrel. Foi técnico de manutenção numa torrefacção de café em Lisboa.
Lá porque eu era um miúdo
Passavas toda emproada
Hoje por mim davas tudo
Mas eu não te quero para nada
É um miúdo qualquer
Dizias à gargalhada
E como grande mulher
Passavas toda emproada
Passavas toda emproada
Cresci já não sou criança
Estou certo não me iludo
Se eu te desse essa confiança
Tu por mim davas tudo
Não penses que por eu cantar
Que a vida alegre me corre
Eu sou como o passarinho
Tanto canta , até que morre
Camioneta da carreira
Espera aí que eu também vou
Levo as cartinhas de amor
Só a minha cá ficou
Namorei-me namorei-me
Não me soube namorar
Arranjei um ingrato
Que não me soube estimar
O meu amor é padeiro
Trás a cara enfarinhada
Os beijos sabem-me a pão
Não quero comer mais nada
Esta moda bem cantada
Bailada como ela é
Faz desengonçar os velhos
Que fará quem novo é !
Se o teu novo namorado
Souber contas de somar
Não lhe contes o passado
Pois tens muito que contar
Passei por Vila Viçosa
Em Borba não quiz ficar
Andas dizendo ó ranhosa
Que eu te quero namorar
Tás ti rindo
Tás ti rindo
Tás fazendo mangação
Mangação faço eu de ti
Tu imaginas que não
Há para aí um cantador
Ou alguma cantadeira
Que queira cantar comigo
Debaixo da brincadeira
Debaixo da brincadeira
Eu vou-te já responder
Tu para cantares comigo
Tens muito que aprender
Tem coisas Ti Manel
Tem coisas
Tem coisas, mais de aturar
Mandou fazer uma açorda,
E agora não a quer pagar
Agora não a quer
pagar
Agora não a quer comer
Tem coisas Ti Manel
Tem coisas
Tem coisas mais de entender
António Felizardo
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